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Pedagoga defende cotas para negros no ensino superior

23 de abril, 2007.

Izabela Ferreira Alves – Estado de Minas

Ações afirmativas para inclusão, principalmente de negros, no ensino superior foram o tema principal da proposta da historiadora, escritora e diretora do Instituto Kuanza, Cidinha da Silva, em palestra ontem no Expominas, em Belo Horizonte, durante o Congresso Internacional de Educação e Feira de Produtos e Serviços Educacionais (6ª Pedagógica). Ela defende o sistema de cotas como medida emergencial para diminuir uma desigualdade profunda detectada por pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada ao Ministério do Planejamento.

De acordo com o estudo, na década de 1990 houve menos negros nos bancos das faculdades brasileiras, em comparação com universitários da raça na África do Sul, durante os piores anos do apartheid, regime político no qual os brancos detinham o poder naquele país. “Melhorar a educação básica e criar condições para que brancos e negros disputem vagas em pé de igualdade é importante, mas essa é uma ação de longo prazo. Só uma política específica e urgente tornará a situação mais justa”, afirma. O estudo aponta também que o nível de escolaridade, tanto de negros quanto de brancos, aumentou nos últimos anos.

Já a doutora em educação e pesquisadora da área Rosita Edler destacou a importância de um ensino inclusivo não só entre as raças, mas que garanta também atendimento educacional a alunos portadores de necessidades especiais. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação prevê, mas não temos estrutura adequada. Por isso, é importante que a sociedade se una à escola e ao poder público para, em grupo e de forma solidária, reconhecer as limitações do outro e as nossas e compartilhar o conhecimento da melhor forma possível”, ressalta. Estudante de pedagogia e voluntária em uma escola municipal, Cristiane Matos, de 26 anos, se identificou com a palestra do pedagogo Hamilton Werneck sobre disciplina em sala de aula. “O professor não tem que se impor, mas estabelecer o diálogo e a parceria com os estudantes”, disse.

Fonte : Estado de Minas de 23 de abril, 2007.

O resultado desse política, em 2022, tem sido maravilhoso e trazido o enriquecimento da Sociedade Brasileira.